O fim

Então é pra isso que serve a vida? A gente nasce, aprende sobre os valores, vai pra escola, encontra um bando de idiotas, convive com eles, conhece pessoas incríveis, elas se vão, nós nos vamos, os idiotas permanecem, a gente cresce, amadurece, segue a vida, quebra a cara, tem o coração partido um milhão de vezes, conhece a pessoa “certa”, nos casamos, temos filhos, criamos eles, eles se vão, o amor da nossa vida se vai também, a gente acaba sozinho, em uma cama qualquer, tremendo de dor por uma doença qualquer ou por mera solidão. Ai acaba. O escuro vem. E depois? Ninguém veio me contar o que vem depois…É como se jogar de um penhasco sem saber o que vai te atingir lá embaixo . Mas me diga, vale a pena passar por tudo isso pra chegar nesse final? Porque é assim que a maioria acaba. Posso contar nos dedos os finais felizes. A vida é tão dura, sofremos mais do que nos alegramos e mesmo assim eles insistem em nos mostrar a motivação de seguir. E que bendita motivação é essa? Porque no final eu só vejo o escuro com o nome de morte. Será que ela usa capuz? A questão é: Não existem muitas motivações na vida, mas isso não quer dizer que estamos caminhando sem rumo, estamos caminhando para nossos fins ou nossas covas, chamem como quiser. Nada faz sentido até lá, porque talvez o fim seja a motivação. O final feliz. Então que seja doce, que seja doce o fim. A morte

Apenas fique bem, querida

Apenas fique bem, querida. Não ligue pelas poças que se formam em meus olhos, você sabe que não costumo chorar, mas você me pegou desprevenida. Vai ficar tudo bem. Seus olhos deveriam conseguir enxergar o que eu enxergo todas as vezes em que olho pra você. Eu me afogaria fácil na sua profundidade. Continue forte, porque eu ainda estou aqui e ainda estarei pela manhã. Para sempre. Por toda a vida. Talvez, pra te salvar ou pra ser salva de todas as maneiras que você já me salvou de mim mesma. Ainda não acredito que exista algo ai dentro que seja capaz de querer te destruir. Mas deixe ele tentar, nunca vi força mais bruta. E com esse seu sorriso garota, você o vence, você vence qualquer coisa. Se soubesse o poder que tem…Mas enquanto isso, apenas feche os olhos e segure minha mão, deixe-me cantar uma dessas canções de ninar. Aperte minha mão com toda sua força e chore, querida. Chore, porque não há ninguém aqui pra te julgar. É fácil se perder nessa imensidão, mas eu prometo que eu não vou deixar você se perder. Nunca. Nem mesmo por um segundo. Eu estou aqui por você.

Myself

Uma vez mandaram eu falar sobre mim, mas é tão difícil falar de nós mesmos tanto quanto de alguém que mal conhecemos, talvez por não prestarmos atenção em nossos próprios narizes ou por medo de enxergar o que realmente somos. Simplesmente é difícil nos descrever. Mas, certa tarde parei pra pensar no assunto e acho que entendi. Acho que entendi um pouco de quem sou eu. Eu sou a pessoa mais confusa que conheço, não sei lidar com pessoas muito menos com sentimentos e na maioria das vezes os escondo dentro de mim até me sufocar. Odeio manhãs, mesmo as de sábado. Prefiro mil vezes as noites porque de algum modo bem estranho, me sinto livre nelas. Sou totalmente independente, feminista, irritante, escandalosa, impulsiva e reclamadora. Já me apaixonei duas vezes de forma intensa e devastadora, e não foi recíproco em nenhuma delas. Nunca beijei alguém que realmente gostava. Já bebi pra esquecer. Às vezes ajo como uma adulta e às vezes como uma criancinha. Odeio meio termos. Ou vivo intensamente ou não vivo nada. Amo o frio. Já tive “apaixonites” de ônibus, ruas e lugares. Sou teimosa e esquecida. Sou feita de lembranças e sofro de nostalgia diariamente. Como por ansiedade ou por mera vontade. Adoro qualquer coisa feita de limão. E pizza é meu segundo nome. Falo sozinha desde muito pequena. Bruno Mars me motiva. Na maioria das vezes escrevo de madrugada e já preferi um livro à uma grande noitada. Às vezes sou egoísta e mandona. Um pouco relaxada. Alguns me chamam de conselheira. Sou uma acumuladora nata.E meu gosto pra homem é simples: moreno, sorriso lindo, olhos escuros, senso de humor e nada machista. Prazer, essa sou eu. Ou pelo menos metade do que você vai conseguir conhecer. Eu não me conheço por inteiro. Sempre me surpreendo e às vezes até me decepciono. Sempre há mais pra explorar. E você pode escolher se conhecer ou viver de olhos vendados. Pois, o coração é essa caixinha de surpresas.

Minha exceção

 

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Em algum momento sem graça da minha vida, ela sorriu pra mim. No começo o sorriso não era sincero, mas com o tempo ele se tornou de verdade. Ela me ajudou a segurar meu mundo quando eu mais precisei e acho que eu também segurei um pouquinho do dela. Ela se abriu, falou de amor e eu escutei e trancafiei meus traumas como sempre. Nós criamos nossa trilha sonora durante tardes e ela me abraçou apertado quando eu desmoronei. Eu mostrei meu lado obscuro pra ela e ela não fugiu como eu achei que faria. Ela ficou lá por um tempo se tornando essencial. Mas teve que ir embora, como todos. Doeu. Ela foi pra longe. Sumiu aos poucos do meu campo de visão e da minha vida. Algo nos perdeu e por um tempo a amizade se calou. Mas era pra ser. Voltamos às velhas histórias e gargalhadas sinceras e com o tempo eu percebi que ela era meu anjo da guarda. Hoje, ela continua aqui e eu sei que é pra sempre toda vez que escuto nossa canção. Eu à chamo de exceção e às vezes apenas de idiota. Ela me ensinou que mais bonito do que amor, apenas a amizade.

Garoto solitário

Ei garoto solitário, eu sinto sua falta. Queria que fossemos como antes. Você me fazia bem e eu nem sabia. Mas agora é tarde. Não posso pedir nada de você, soaria egoísta. E eu só quero seu bem e o seu bem é bem longe de mim. Eu sou a garota errada. Apenas fique longe. Siga em frente.

Eles devem ter dito meus milhões de defeitos e provavelmente você não os tinha notado, mas se quiser saber eu posso te contar mais alguns. Apenas converse comigo por um momento. Eu posso te fazer me odiar de verdade, se quiser. Se for ajudar. Porque eu sei que você ainda não esqueceu. Percebi naquela noite, pelo jeito que me olhava, seu ciúmes, seu medo e o muro entre nós, aliás, quando foi que o construiu?

Aquele abraço gelado me feriu, mas eu sei que não mais do que à você. Antes de ir embora pra sempre da minha vida, diga pro mundo o que viu em mim que ninguém mais vê, me faça um elogio, diga que me ama, por favor. Só mais uma vez e depois acabou, eu prometo. Morrerei dentro de você, me enterre. Se cure. Fique bem. Seja forte. Convide aquela garota do sorriso bonito pra sair. Eu sinto muito por ter sentido tão pouco. E eu sinto sua falta.

Não te ver

Acho que a questão toda não é ficar sem você, mas sim, não saber mais sobre você, não te ver mais, nunca mais. Não é exagero, é a verdade, e é isso que dói, porque pela primeira vez não é drama, é real. Nunca mais vamos nos ver e eu nem posso ser otimista porque eu sei que é melhor assim. Mas tudo bem, não tem chances, seria romântico demais da minha parte achar que algum dia, daqui uns anos iremos nos esbarrar em uma calçada qualquer e que quando nossos olhos se encontrarem você vai sorrir pra mim e dizer: “Finalmente!”. Quanta bobagem. Nunca fui tão melosa. Mas é que você traz o meu pior. Sempre. Mesmo de longe. Eu só queria poder te ver mesmo depois de tudo. Mesmo lembrando dos seus “nãos”, das suas idiotices, do seu egoísmo, da sua personalidade irritante e dos seus amiguinhos idiotas, eu ainda quero te ver. Ainda quero estar lá. É, eu sei, cade o amor próprio? É só que ainda é difícil lidar com a saudade, ela é complicada demais, forte demais, barulhenta demais. Prefiro lidar com meu orgulho, engoli-lo e pronto, estar lá pra você, de longe, sem você ver, sem você notar, não que tenha notado alguma vez. É mais fácil seguir em frente vendo você sorrir mesmo que não pra mim. Mas, tudo bem. Melhor assim. Melhor pra mim. Vou rir dessa história maluca. Desse bendito amor platônico. De mim. Ah, e de você. Vou rir tanto. Vai ser engraçado, mas ainda não é. Ainda dói. Ainda é amor. Ainda é angústia. Ainda é saudade. Ainda é você.

Um rapaz, um violão, a escuridão e a solidão

Passavam se das dez da noite e eu abri a janela do décimo andar pra encarar o céu como costumava fazer pra preencher o vazio ou algo assim. Mas não foi uma noite qualquer. Era segunda feira à noite e não haviam estrelas no céu nublado, mas não foi nada disso que me chamou atenção. Um rapaz. Ele estava sentado na calçada com um violão em mãos em meio ao escuro. No meio da solidão. Eu não consegui enxergar seu rosto, binóculos seriam úteis. Nem pude ouvir o que ele tocava, mas continuei ali imóvel. Ele encarava a imensidão vazia à sua frente, mal sabia que tinha platéia. Fã até. Ali eu soube que aquela música muda era pra mim. Não, eu não o conhecia. E não, ele não me viu na janela. Mas de alguma forma a solidão dele cantava pra minha. Eram velhas conhecidas que se entendiam num ritmo perfeito. Eu só queria ir até lá, mas meu cabelo bagunçado e meu pijama de bolinhas me impediram, então apenas apreciei em silêncio, de longe, até que ele sumiu pra dentro da escuridão e eu pra dentro do meu quarto onde escrevi sobre ele. Mal sabe ele…

O que me faz feliz

Um texto da Bruna Vieira que li em uma tarde chuvosa qualquer me fez analisar as verdadeiras coisas que fazem as pessoas felizes. E nenhuma delas se pareceu entre si. Cada um tem aquela coisinha boba que proporciona tal felicidade, ou às vezes até algo considerado fútil pelos demais pode ser a razão de um sorriso. Mas a questão é: nunca é igual pra ninguém, mas não deixa de ser felicidade. Então eu parei pra pensar e cheguei à conclusão de que existem muitas coisas que me fazem feliz, que me fazem sorrir. Comprar um livro novo. Comer a torta de limão da minha vó. Escrever de madrugada. Assistir videos de quando eu era criança. Ler cartas antigas. Pão de queijo. Observar a lua. Assistir comédias românticas. Natal. Conversar com a minha melhor amiga, Mylla. Andar de carro de madrugada. Bruno Mars. Ver vídeos dos meus casais favoritos. Minhas séries. Pizza. Posteres. Sábado à noite. Bichos de pelúcia. Beber com meus amigos. Dia sete de maio. Pular as tais sete ondas. Meu cachorro. Me apaixonar. Desapaixonar. Ficar o dia todo de pijama, Estreias de filmes. Meias fofas. Edredom. Frio. Ficar o dia todo de pijama. Abraços giratórios. Barco viking. Moletom largo. Músicas nostálgicas. Ver um filme qualquer com a minha mãe. Quando cantam parabéns pra mim. Tanta coisa e na maior parte do tempo coisas tão simples mas que podem fazer toda a diferença.